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Dicas Importantes de Viagem



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MARAÚ E CHAPADA DIAMANTINA
MARAÚ E CHAPADA DIAMANTINA

Março, 2016

Com o dólar altíssimo tivemos uma boa desculpa para visitar esse Brasil lindo! Aproveitamos nossas férias de janeiro de 2016 para visitar a Bahia!

Chegamos em Ilhéus num voo direto e já pegamos o carro que estava alugado. No caminho para Maraú, onde íamos passar uns dias com uns amigos queridos e corajosos, que abandonaram a loucura de São Paulo e foram se esconder por lá, paramos na estrada entre Ilhéus e Itacaré na Cabana da Empada. Muito boa indicação: empadas boas doces e salgadas.

Cabana da empada

Chegamos em Maraú! A estrada de terra não é fácil, mas a paisagem e a paz do lugar compensam. Como passamos os dias com nossos amigos, pudemos sentir o ritmo do lugar, os prós e os contras da Península.

Tivemos o azar de pegar uma rua ruim então não tivemos a oportunidade de curtir as piscinas naturais da praia. Não fiquei tão decepcionada, pois da outra vez que estive lá (janeiro de 2005, em Taipus de Fora), pudemos apreciá-las.

Piscina natural
Depois de alguns dias, arrumamos as malas e partimos em direção a Chapada Diamantina.

A opção mais fácil de chegar ao coração da Chapada é por Salvador. Voe até a capital baiana, alugue um carro, pegue um ônibus ou, o mais rápido, pegue um voo até Lençóis, a principal cidade da Chapada (os voos saem de quintas e domingos). Confira os horários e preços no site https://www.voeazul.com.br/ .

Mas como estávamos mais para o sul da Bahia, resolvemos aproveitar a viagem e esticar para lá. A viagem é longa (cerca de 8 horas até Mucugê), entre estradas principais e secundárias, algumas muito esburacadas, mas é possível ir.

Chegamos a noite em Mucugê, uma das principais cidades da Chapada. Da estrada já avistamos o Cemitério Bizantino, que fica iluminado, encravado no pé da serra.

As construções do cemitério de Santa Izabel são do começo do século 19, quando os surtos de cólera e varíola atingiram o lugar. Com as epidemias, fez-se necessário um lugar distante da cidade para enterrar os mortos. A influência bizantina veio dos compradores de diamantes de origem turca que viviam na região. Seus túmulos imitam fachadas de igrejas.

Cemitério Bizantino

 A cidade é lindinha, arrumadinha, com três ruas, e se mantém preservada graças ao fato da estrada passar por fora, contornando a vila.

Optamos por ficar numa pousada bem no centro: Pousada Mucugê, um casarão típico, quartos grandes, uma bela piscina e um bom café da manhã.

Pousada

Como tínhamos só uma noite por lá resolvemos deixar o carro no hotel, conhecer a cidade a pé e jantamos no Point da Chapada, na pracinha principal.

Outras opções são: Pizzaria da Garagem (pizzas de massa fina para comer com a mão). O restaurante Cascalho, na pousada Refúgio da Serra.  Experimente a comida regional, na Dona Nena. O Sabor & Arte (comida a quilo). A lojinha da Vovó Ilza, ao lado da pousada que ficamos, vende docinhos e para quem quer tomar um café expresso vá até o Piriquita café.

Uma das principais atrações da Chapada, quase unânime entre as preferidas é Cachoeira do Buracão. Mucugê é a melhor base para ir até lá: são 70 km de asfalto vai até a cidade de Ibicoara; de lá, é preciso contratar um guia da associação local e rodar mais 28 km em estrada de terra. Caminhar uma hora até chegar a um poço, lá, veste-se um colete salva-vidas e começa então a parte mágica do passeio: flutuar por um desfiladeiro inundado, que desemboca numa cachoeira de 90 metros de queda.

Conhecida a parte mais ao sul da Chapada, começamos a subir para o norte, a primeira parada é imperdível: 25 km de estrada de asfalto você chega na estradinha que leva à cidade de Igatu.

São 7 km de estrada de terra e pedra, a primeira impressão é de que você não vai conseguir chegar, mas o esforço e as ladeiras da estrada são compensadas pela paz da cidadezinha.

Saindo de Mucugê em direção a Igatu, se tiver a oportunidade, pare para conhecer o Museu vivo do Garimpo.

O dia foi longo. Resolvemos aproveitar ainda para conhecer o Poço Encantado e o Poço Azul. Esse passeio duplo no mesmo dia não é fácil, mas é prático, como eles estão próximos, matamos os dois.

Da BR, são 18 km de estrada de terra até o Poço Encantado - chegando lá há uma estrutura para a visita. Um quiosque coberto, com bebida, salgados, sorvete, mini lojinha e banheiro enquanto espera sua vez de descer e fazer o passeio. A trilha é pequena mas bem íngreme (a subida não é fácil).

Atenção: só crianças acima de 12 anos podem fazem esse passeio. É uma norma deles. Entramos na gruta em grupos, caminhamos nela por alguns metros e sentamos para avistar o poço de águas límpidas e intocadas (não se pode nadar nele), e ficamos sentados ouvindo as histórias e as explicações. Bem interessante. 

Poço Azul

Saindo de lá seguimos em direção ao Poço Azul: são mais 18 km de estrada de terra. Tem duas maneiras de chegar até lá. Como chegamos pelo poço Encantado, tivemos que parar o carro num pequeno estacionamento, pagar um barquinho para atravessar um rio, caminhamos cinco minutos e chegamos na portaria da nova atração. Ficamos esperando muito para conseguirmos fazer o passeio. Mas como já estávamos lá não tinha como desistir. Por lá tem uma pastelaria, banheiros e um restaurante. Achamos a estrutura bem ruim mas soubemos que estão tentando fazer melhorias. Depois da longa espera chegou a nossa vez: precisamos tomar uma ducha e lavar inclusive o cabelo, colocamos um colete e cada um pega um snorkel. Descemos a trilha (fácil) e entramos na gruta. Chegando no poço, espera-se a vez de descer para fazer a flutuação. Bonito, mas muito tempo de espera para tão pouco tempo de passeio.

Poço

É aconselhável fazer o passeio dos dois poços entre 10h da manhã e 15h, horário de maior incidência do sol nas fendas dos poços.

 

LENÇÓIS

Chegamos a noite em Lençóis, o principal polo da Chapada. A cidade tem a melhor estrutura com muitas, mas muitas mesmo opções de pousadas, restaurantes, lojinhas e agências de turismo.

Ficamos no Hotel de Lençóis, na parte alta da cidade: ótima estrutura, uma piscina linda (com bar), bem localizada, quartos enormes, bom restaurante, linda recepção, bonita decoração e um excelente café da manhã. 

Restaurante

Começamos a exploração das atrações indo ao Serrano: o local fica atrás do nosso hotel, cinco minutinhos de caminhada e chegamos ao lugar conhecido por ser a praia de Lençóis: são piscinas represadas nas pedras, a que demos o nome de pocinhos.

Pocinhos

Lá contrate um guia para continuar o passeio: conhecer o salão de areias coloridas, as piscinas naturais também chamadas de Caldeirões, as cachoeiras Primavera e Cachoeirinha, o Poço Halley e um mirante.

No final da tarde resolvemos ir ao Morro do Pai Inácio (o cartão postal da Chapada), são 30 Km de estrada de asfalto. Fácil chegar até a portaria. Pagamos uma taxa de e começamos a subida para o Morro. Não é fácil a empreitada. Pessoas com algum tipo de deficiência ou dificuldade devem evitar o passeio. O entardecer é lindo e o por do sol imperdível. Dica: prefira ir no final da tarde quando o sol está mais ameno.

Morro do Pai Inácio

Um dos passeios mais procurados nas agências de turismo de Lençóis dura o dia todo: o passeio Grutas Torrinha, Fumaça e Pratinha e Gruta Azul. Começamos o dia com uma viagem de aproximadamente uma hora, a primeira parada é na Caverna da Torrinha (contém os mais raros espeleotemas do Brasil e é considerada a caverna mais completa do país. O Salão Branco, o Salão das Agulhas e o Salão das Flores são impressionantes e o passeio dura até 3 horas), requer habilidade e não é recomendado para quem sofre de claustrofobia. Depois desse passeio seguimos em viagem por 15 minutos de carro até o restaurante para almoçar. Após o almoço saímos em direção a Caverna da Fumaça, mais curta, com aproximadamente 45 minutos de duração. É menor, mas muito bonita, forrada de espeleotemas. Em seguida fomos até a Fazenda Pratinha, onde podemos flutuar numa num lago de água cristalina vinda da Gruta da Pratinha. Por último, conhecemos também a Gruta Azul e retornamos para Lençóis.

Se você quiser deixar o dia menos agitado vá só até a Gruta da Pratinha, (para chegar até ela não precisa de guia). Pare o carro no estacionamento e pegue a trilha ou a tirolesa para chegar até o rio. Vale pagar para fazer a flutuação. De lá continue o passeio e vá até a Gruta Azul.

No terceiro dia que estávamos por lá resolvemos fazer o passeio que é apelidado de Mini Pantanal. O nome verdadeiro é Pantanal de Marimbus. Optamos por ir com o nosso carro até o povoado de Remanso. De lá pegamos uma canoa com dois remadores que nos conduziram por cerca de 1h40 até a Cachoeira do Roncador. Lá tomamos um belo banho. Almoçamos no casarão, um lugar simples, comida feita no fogão à lenha (paga-se um preço fixo pelo almoço).

Mini Pantanal

 

Cachoeira do Roncador

O casarão é rodeado de mangueiras e aproveitamos para nos esbaldar devorando mangas e pegando um pouco de sombra antes de enfrentarmos o calor e a trilha da volta. Mais um pouco de caminhada até voltar ao barco e mais 1h40 até a Remanso, retorno até Lençóis de carro. Há outro jeito de fazer esse passeio: Contrata-se um 4x4 desde Lençóis que te leva até a cidade de Remanso, pegue a canoa até a cachoeira do Roncador, almoce o casarão, aproveite as piscinas naturais e a cachoeira do Roncador e depois volte de 4x4. Fica menos cansativo e mais emocionante.

No último dia que estivemos em Lençóis fomos para o Ribeirão do Meio. A trilha para a cachoeira do escorrega sai da cidade, bem próxima ao centro. São 40 minutos de caminhada por uma trilha, arborizada, com pontos de apoio no caminho. A cachoeira é ampla e agradável, escorregar nela é bem gostoso. Valeu o passeio!

Cachoeira do escorrega

Uma boa opção para conhecer a Cachoeira da Fumaça, é sair de Lençóis, conhecer as já citadas grutas de Torrinha e Pratinha na ida, pernoitar no Vale do Capão e no outro dia fazer o passeio da cachoeira da Fumaça.

Onde comer em Lençóis:

São muitas as opções de restaurantes e bares, dos mais simples aos mais refinados: nessa última categoria encaixa-se o restaurante Azul (no hotel Canto das Águas) e o Cozinha Aberta (no centrinho da cidade). Ambos servem culinária contemporânea.

No hotel que ficamos o restaurante Roda d’Água é agradável e serve uma boa comida.

Na parte baixa da cidade, à beira-rio, fomos experimentar o mexicano Burritos y Taquitos. Gostamos do serviço, do ambiente e da comida.

Na primeira noite fomos direto na rua da Baderna e Rua das Pedras que funciona como um centrinho gastronômico. São várias opções de restaurantes, cafés e bares um ao lado do outro. Optamos por jantar num restaurante muito gostoso ao lado do famoso Maria Bonita, escolhemos o Sabores da Suzy, a comida estava uma delícia e a caipirinha gostosa e barata. Os mais conhecidos e conceituados restaurantes desse pedaço são: os Artistas da massa, Fazendinha & Tal (serve-se um famoso filé e tem uma grande coleção de cachaças curtidas. Prove a batida de coco) e a Pizzaria da gente (come-se no balcão, com a mão). Um pouco mais afastado fica o restaurante o charmoso Absolutu. Se você for almoçar na cidade, não deixe de ir no famoso quilo:  D'o bode.

Na última noite fugimos das dicas dos guias/ blogs e fomos experimentar o file à parmegiana, recomendado por um amigo, no Restaurante  do Barbosa. As mesas na rua, o lugar muito simples. Comemos muito bem!

Como não existe ônibus intermunicipais, a melhor maneira de se locomover pela Chapada é mesmo com um carro. Se você não estiver de carro vai depender das agências locais de turismo para fazer todos os passeios.

Melhor opção

Existe uma melhor época para ir a Chapada? Não. Entre novembro e janeiro chove muito o que pode dificultar as trilhas, mas por outro lado deixam as cachoeiras mais volumosas. Fui em janeiro e tive muita sorte, peguei as cachoeiras cheias e as trilhas secas. Mas tenho primos que foram para lá dias depois que saimos e tiveram que vir embora por causa da quantidade de chuva. De maio a setembro, dificilmente chove, e é nessa época que os guias recomendam ir à gruta Azul, ao Poço Azul e ao Poço Encantado pois a incidência de raios solares deixam as águas mais azuladas.

Existem muito mais lugares: mais cachoeiras, grutas, rios, cavernas, trilhas para conhecer na Chapada, vai depender de quantos dias você tiver para explorar a região. Não chegamos nem perto de dois pontos também principais: o Vale do Pati e Vale do Capão. Isso vai ficar para uma outra vez!

Maraú

Pegamos o carro e voltamos pela BR 116 em direção a Itacaré. Ficamos mais alguns dias por lá curtindo as praias e nossos amigos de Maraú. Falarei disso em outro post. Até breve!